terça-feira, 15 de setembro de 2009

O que é Psicoterapia???

Denominamos psicoterapia uma das modalidades de trabalho do profissional de psicologia e que consiste em encontros freqüentes durante um período de tempo que varia segundo cada caso e situação, e cuja duração, no caso da psicoterapia individual fica, geralmente, em torno de 50 a 60 minutos, e no caso da psicoterapia de grupo, que varia um pouco mais em função da proposta e do número de participantes, fica, em geral, em torno de 90 a 120 minutos. Nesse tipo de trabalho, o profissional de psicologia é comumente chamado de psicoterapeuta ou simplesmente terapeuta, e os encontros entre terapeuta e cliente denominados de "sessão terapêutica".

A psicoterapia pode trazer uma série de benefícios para a pessoa que a procura, ela pode trazer uma maior e mais profunda compreensão de si mesmo e dos outros, a superação de conflitos, a resolução de problemas, a cura de sintomas e a melhoria da qualidade de vida do indivíduo.

Porém, o benefício mais imediato deste tipo de trabalho surge da característica essencial do espaço psicoterapêutico: muitas vezes, ele é o único lugar onde as pessoas se permitem ser elas mesmas, ou seja, autênticas, sem nenhuma restrição externa, sem nenhum temor de serem pressionadas a usar máscaras, falar meias verdades, dissimular tendências e táticas.

Essa característica do espaço psicoterapêutico está diretamente ligada à postura do psicoterapeuta, que envolve acolher, compreender e acompanhar o cliente na sua proposta de compreensão de si mesmo, de resolução de problemas e conflitos, de superação de seu atual estágio e de renovação. Assim, o papel do psicoterapeuta implica em saber conviver com as realidades essenciais da vida do cliente, realidades estas que, muitas vezes, não encontram aceitação nos diversos ambientes que o sujeito freqüenta, e que precisam ser acolhidas no espaço psicoterápico.

Apesar de pensarmos que essa troca também pode existir entre amigos, existe uma diferença importante: o papel do psicoterapeuta não envolve dar opiniões ou conselhos, mas possibilitar no outro a audição de seu próprio dizer; facilitar a apreensão do sentido daquilo que está sendo dito - sentido que amiúde nos escapa por estarmos acostumados a um falatório sem compreendermos e nos darmos conta, muitas vezes, do que estamos falando e do sentido daquilo em nossa vida.

No entanto, o psicoterapeuta não se limita apenas a ouvir, mas facilita a expressão dos conteúdos, se torna um participante facilitador do processo de mudança, sabe levar o diálogo de maneira que o cliente entre em contato com o que o está afligindo, apesar de todas as dificuldades que ele possa experimentar na expressão.

O papel do psicoterapeuta é o de levantar outras perspectivas, investigar em certas direções, iluminar passagens obscuras, colocar questões. Com essas intervenções, o psicoterapeuta leva o cliente a uma tomada de consciência de seu fluxo verbal e de sua comunicação não verbal e convida-o a reconsiderar suas questões, lhe permitindo um contato mais afinado consigo mesmo. O psicoterapeuta é o guia que permite percorrer um caminho às vezes tortuoso, fatigante e desconcertante.

O psicoterapeuta é um interlocutor ativo, capaz de mostrar novas perspectivas, mas sempre buscando facilitar o processo de construção ou resgate da autonomia do cliente, para que ele possa, a partir do conhecimento de si mesmo, dos seus recursos e possibilidades, desenvolver ou resgatar o seu auto-suporte, a sua auto-estima, e ser capaz de continuar o seu processo de construção e renovação de si mesmo e da sua vida, não de forma auto-suficiente, mas de forma livre, responsável e independente.

É importante assinalar, ainda, que o psicoterapeuta norteia o seu trabalho, a sua postura e suas intervenções, em pressupostos filosóficos, teóricos e metodológicos de abordagens da ciência psicológica, e, portanto, não tem que apelar para supostos poderes esotéricos, de tipo oracular, mágico ou espetacular. Este saber, construído ao longo de seu processo de crescimento pessoal e profissional e que deve ser coerente com a sua visão de homem e de mundo, o qualifica para acompanhar o cliente de maneira a facilitar o seu processo de busca por auto-conhecimento e crescimento pessoal.

Este inclusive é um outro aspecto essencial do trabalho psicoterápico, nele o psicoterapeuta atua fundamentado numa das várias abordagens existentes na psicologia contemporânea, abordagens estas que podem ser a Psicanálise, a Gestalt-terapia, a Corporal, dentre outras. Assim, o psicoterapeuta vai se especializar e trabalhar com a abordagem com a qual mais se identifica, vai trabalhar com aquela que mais se aproxima da visão que ele tem do homem e do mundo.

Texto elaborado pela Psicóloga Simone Eloise Vicenti